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Líderes humanizados estão em falta, mas futuro é promissor

“Já não há mais espaço para o “velho líder” – aquele que nunca erra, não admite suas fraquezas e exige cada vez mais da equipe, sem nenhuma contrapartida.”

O conceito de liderança se modifica a cada dia e, sem dúvida, em tempos desafiadores como os de hoje, mais do que nunca, precisamos mudar o conceito de líder que tínhamos. Mas, afinal, qual o líder de sucesso? Em grande parte, já sabemos o que não fazer, mas como achar o caminho certo para atingir um modelo de gestão que atenda às necessidades de uma realidade tão complexa?

Embora não exista “fórmula mágica” para ser um bom líder, há aspectos que já se mostram indispensáveis para uma gestão eficaz, e um deles é a abordagem humanizada. Já não há mais espaço para o “velho líder” – aquele que nunca erra, não admite suas fraquezas e exige cada vez mais da equipe, sem nenhuma contrapartida. Esse tipo de gestão já não é mais aceita, pois, além de ser altamente rejeitado pelos colaboradores, traz prejuízo para a empresa em várias frentes.

Um bom indicador sobre a liderança do futuro é a 21ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos, organizada pelo Grupo Cia de Talentos, divulgada em 2022, e com mais de 117 mil participantes, que tem como objetivo de descobrir os desejos de jovens, média gestão e alta liderança para sua trajetória profissional.

Entre os dados levantados, 61% dos jovens pretendem mudar de emprego nos próximos meses. Os que ocupam cargos de média gestão e alta liderança também representam 54% e 42% respectivamente. Para as três categorias entrevistas, os aspectos do trabalho mais valorizados estão relacionados em como o trabalho afeta o bem-estar e qualidade de vida destes colaboradores e como as experiências são determinantes para apoiarem o crescimento e os fazem sentir parte da empresa.

Atualmente, o trabalho tem perturbado, de alguma maneira, o que as pessoas desejam para suas vidas e isso contribui para a sensação de sobrecarga e exaustão. Não é sobre a atividade em si, mas sobre a alta expectativa do mercado somada à autocobrança das pessoas. Isso é um reflexo claro de que estamos passando por um processo de “quiet quitting”, onde milhões de pessoas atuam no automático, com o propósito de serem demitidas para encontrarem o bem-estar.

A melhor maneira das organizações apoiarem o bem-estar das pessoas é construindo relações mais humanas e programas voltados para saúde física e mental. De acordo com a pesquisa listada, 36% dos jovens entrevistados querem programas voltados para bem-estar físico e mental / benefícios (academia, terapia etc.). Quando perfis de média gestão e alta liderança são questionados, o que prevalece é a construção de relações mais humanas, com mais confiança e autonomia.

E a conclusão da própria pesquisa diz que: “a liderança tradicional tinha como foco a estratégia do negócio, os resultados de desempenho e o lucro dos acionistas. Agora precisa adicionar novas camadas à sua atuação que vai além de garantir lucro e perenidade do negócio, é preciso também garantir que a organização apoie a resolução de problemas sociais, que tenha uma marca empregadora forte, que seja ágil, referência no desenvolvimento de pessoas e que suas decisões (ou falta delas) não gerem cancelamento da organização”.

Continuando o raciocínio nesse sentido, a liderança do futuro deve ser humana, e colocar o ser humano no centro não é mais alternativa e, sim, a única forma de se ter uma jornada de sucesso à frente de uma equipe. Isso porque hoje, em uma realidade em constante transformação, já não é mais possível inspirar uma equipe sem uma liderança de fato comprometida com o bem-estar de cada um, não por obrigação, mas como consequência do viés humanizado nas relações.

(Fonte: Época Negócios)

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