Após um avanço vertiginoso no uso de tecnologias pelo setor de Recursos Humanos, as empresas conferem agora um papel estratégico para os profissionais da área, com base no conceito de RH 5.0, que prioriza uma gestão humanizada, com foco no bem-estar do colaborador e desempenho dos negócios, mas sem abrir mão das ferramentas tecnológicas que garantem o suporte necessário para tomadas de decisões mais assertivas.
Para se ter uma ideia do ímpeto do setor por soluções inovadoras, nos últimos 20 anos, os investimentos em HRTechs, startups focadas em tecnologia para RH, somaram US$ 3,6 bilhões, no Brasil, de acordo com levantamento da Distrito. Entretanto, só a partir de 2019 estes investimentos realmente se solidificaram, passando de US$ 4 milhões em 2018, para US$ 1,5 bilhão no ano posterior, dando força para a consolidação do que foi conhecido como RH 4.0.
Este crescimento se intensificou ainda mais durante os últimos dois anos e a pandemia desempenhou um papel decisivo para uma virada de chave, com a necessidade de mudanças nas formas de trabalho e de contratação, ao mesmo tempo em que revelou a demanda por ampliar o cuidado, sobretudo, com a saúde mental e bem-estar dos colaboradores, o que, certamente, acelerou o surgimento do RH 5.0.
Principais desafios para a implementação do RH 5.0
Assim como os demais setores, a área de Recursos Humanos também enfrenta obstáculos relacionados à esfera da inovação. Mesmo que o volume de soluções disponíveis para o setor tenha crescido e o poder destas ferramentas seja cada vez maior, não há impacto nos negócios se não houver uma equipe adaptada a estes recursos e aderente aos objetivos da empresa.
Por outro lado, isto pode ser visto também inversamente. Por vezes, excelentes gestores são subaproveitados por empresas que não oferecem ferramentas que contribuam para que estes profissionais possam desempenhar a função de maneira assertiva e adequada aos negócios da companhia.
Desta forma, certamente, um dos principais desafios para o avanço deste modelo de RH é conseguir unir as competências humanas às qualidades tecnológicas, uma aliança que se torna, cada vez mais, uma tendência para o segmento.
Parte disto acontece pela opção de algumas empresas em manter um RH generalista, em que o mesmo profissional é responsável pelos Recursos Humanos e pelo Departamento Pessoal. Ou seja, é ele o encarregado por todas as ações desde o recrutamento, fechamento de folha salarial, cálculo de férias e feedback com colaboradores.
Atualmente, o mercado oferece soluções estratégicas desenvolvidas especialmente para facilitar a rotina destes gestores, com ferramentas que flexibilizam a configuração de diversos tipos de cálculos para pagamentos, que garantem uma organização completa dos benefícios pessoais de cada funcionário, mais agilidade, eficiência e flexibilidade na abertura de novas oportunidades de emprego dentro da companhia.
Além disso, estes modelos de solução fornecem, ainda, indicadores para decisões mais conscientes quanto à sucessão, promoção, bonificação e treinamento de colaboradores, bem como indicadores para gestão estratégica em tempo real, como custo da folha, banco de horas, benefícios, absenteísmo, rotatividade, acompanhamento de PDI, férias e evolução de colaboradores, por exemplo.
Assim, para que esta tendência, que já é realidade nas empresas, possa se potencializar, é preciso que as companhias aliem o que há de mais moderno em termos de tecnologia e soluções inovadoras, ao olhar humano, voltado, especialmente, para a diversidade, a cultura da empresa e o bem-estar dos colaboradores.
Com o RH 4.0, a tecnologia tornou-se protagonista no desenvolvimento do setor de Recursos Humanos. Agora, com o RH 5.0, é preciso alavancar a visão humanizada e colocá-la ao lado das ferramentas tecnológicas, para que possam trabalhar juntas para o desenvolvimento das organizações e das pessoas.
(Fonte: Gazeta do Povo)